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ENSINO RELIGIOSO ESCOLAR 

Enquadramento

O Ensino Religioso Escolar ocupa um lugar fundamental no sistema educativo. As grandes declarações de direitos, bem como a Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE), reconhecem a sua importância e enunciam princípios onde é possível enquadrar a sua inserção nos sistemas educativos, nomeadamente:

  • A liberdade dos encarregados de educação de escolherem o género de educação a dar aos filhos (DUDH, art. 26.°; cf. CRP, art. 36.°, ponto 5) e de fazerem assegurar a educação religiosa e moral dos seus educandos, em conformidade com as suas próprias convicções (PIDCP, art. 18.°; PIDESC, art. 13.°; Protocolo Adicional à CPDHLF, art. 2.°; CDFUE, art. 14.°) e, correlacionado com os direitos referidos, o dever do Estado de colaborar com os pais na educação dos filhos (CRP, art. 67.°, alínea c), o qual se concretiza prioritariamente através da criação de condições necessárias para que os pais ou encarregados de educação possam optar livremente pelo modelo educativo que mais convenha à educação integral dos seus educandos;

  • A educação integral da pessoa, que tem como finalidades proporcionar o pleno desenvolvimento da personalidade humana e do sentido da sua dignidade e reforçar o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais, bem como a formação do carácter e da cidadania, preparando o educando para uma reflexão consciente sobre os valores espirituais, estéticos, morais e cívicos (DUDH, art. 26.°; PIDESC, art. 13.°; LBSE, art. 3.°, 7.° e 50º);

  • A defesa da identidade nacional e o reforço da fidelidade à matriz histórica em que nos inserimos, através do contacto com o património cultural, no quadro de uma tradição universalista europeia e da crescente interdependência e necessária solidariedade entre todos os povos do mundo (LBSE, art. 3.°).
    Atendendo à importância de que se reveste a educação integral da pessoa humana, a Educação Moral e Religiosa Católica, em linha com as convicções dos encarregados de educação ou dos alunos, é parte integrante do sistema educativo, uma vez que o enquadramento moral e religioso da vida é estruturante para o crescimento das crianças e dos jovens, constituindo um universo de referência a partir do qual se estrutura a personalidade e se adquire uma visão do mundo equilibrada e aberta ao diálogo com mundividências alternativas.

    A Educação Moral e Religiosa Católica contribui igualmente para o reforço da matriz cultural portuguesa. O desenvolvimento histórico nacional é claramente marcado pela mundivisão cristã, em geral, e católica, em particular, nas suas diversas interações com outras visões e culturas ao longo dos tempos. Nesta perspetiva, o programa de Educação Moral e Religiosa Católica estabelece pontos de contacto entre a cultura portuguesa, nas suas vertentes literária, patrimonial e artística e a mensagem cristã. De facto, a ponte entre a cultura portuguesa e o Cristianismo é uma realidade amplamente documentada, uma vez que a cultura portuguesa, nas suas mais variadas manifestações, reflete, em constante intertextualidade, as expressões simbólicas, rituais e doutrinais do Cristianismo.

    Observando o mundo atual, com as suas múltiplas tensões, contradições, avanços e recuos, é de notar a importância do conhecimento religioso para compreender os fenómenos sociais. Muitos dos conflitos procuram fundamentar-se em perspetivas religiosas, certamente parcelares, mas de enorme relevância pessoal e social. Mesmo a violência que usa o religioso apenas como pretexto, uma vez que as suas motivações mais profundas são de outra ordem, requer um conhecimento das tradições religiosas que torne o mundo compreensível e facilite a superação de situações geradoras de tensões e conflitos. As crianças e jovens precisam, mais do que nunca, de um conhecimento sério do fenómeno religioso, tanto das suas potencialidades conflituais, exploradas por fanatismos radicais, como principalmente das suas possibilidades no sentido da construção de relações baseadas no entendimento e no encontro entre todos os seres humanos. Não é possível compreender muitos dos eventos internacionais sem uma clara referência ao religioso e às suas múltiplas manifestações.

    No que diz respeito à Igreja Católica, o conhecimento da mensagem cristã abre as portas à descoberta do valor do outro, na sua alteridade e diferença, e à superação da violência que pode resultar do efeito do desconhecido na consciência humana. A religião é, e deve ser, um fator de aproximação das pessoas e dos povos e o facto religioso, concretamente o facto cristão, contém uma enorme potencialidade irénica, promovendo, desde os seus textos fundamentais, a concórdia e a paz entre os povos.

    Assim sendo, é de evidente interesse para a educação das crianças e dos jovens a existência de uma disciplina que, embora mantendo o seu carácter facultativo, dada a sua natureza confessional, tenha como objetivos fundamentais educar para a dimensão moral e religiosa e para a compreensão dos elementos mais profundos da cultura nacional, necessariamente aberta ao mundo
    .

                                                                                                                                                                    (in "Educris")

SER PROFESSOR DE EMRC 

«É bela, portanto, e de grande responsabilidade, a vocação de todos aqueles que, ajudando os pais no cumprimento do seu dever e fazendo as vezes da comunidade humana, têm o dever de educar nas escolas. Esta vocação exige especiais qualidades de inteligência e coração, numa preparação esmeradíssima e uma vontade sempre pronta à renovação e adaptação» ( Grav. Ed. 5 ).

O professor de EMRC comunga do perfil comum a todos os professores, qualquer que seja o seu nível de ensino ou o seu grupo disciplinar. Contudo, qual a sua especificidade como professor de EMRC? O que o distingue dos outros professores?

ESPECIFICIDADE E DISTINÇÃO

O Código de Direito Canónico (CIC) define e sintetiza o professor do ensino religioso numa qualidade: a excelência (" seja excelente pela reta doutrina, pelo testemunho cristão e pela capacidade pedagógica " - CIC 804,2). Simultaneamente, a figura do docente é caracterizado por três funções inseparáveis: testemunha, professor e educador. Estas três funções inseparáveis derivam-lhe do pacto educativo que está inerente à sua missão. Por conseguinte, o professor testemunha a fé que professa a qual serve de ponto de orientação na sua ação enquanto professor.

Toda a tarefa de educação requer e contém uma vocação especial. " Recordai-vos que a educação é assunto do coração e que só Deus é o Senhor do coração. E nós não poderemos conseguir coisa alguma se Deus não nos ensina a Sua arte e não nos põe as chaves na mão " (S. João Bosco).

PERFIL DO PROFESSOR DE EMRC

O perfil do professor de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) contém aspetos que se aplicam a qualquer professor e aspetos específicos que decorrem da identidade da disciplina de EMRC. Por conseguinte, o professor de EMRC, além do disposto no Decreto-Lei n.º 240/2001 , deve possuir, dado o carácter específico da disciplina que leciona, as seguintes dimensões:

COMO EDUCADOR

  • Inspira confiança no conhecimento e compreensão dos outros através de um diálogo franco e aberto, pelo qual se aproxima dos alunos, deixando-lhes transparecer uma irrefutável sensibilidade humana;

  • Mantém uma relação pessoal destinada essencialmente a facilitar o desenvolvimento psicológico e intelectual dos alunos, extensível às suas famílias, com as quais se esforça por ter um contacto permanente;

  • É exemplo na capacidade de acolhimento, na atitude dialogante, na relação com os alunos e os colegas, no tratamento dos programas, no modo como procura e assegura a interdisciplinaridade;

  • Compromete-se na vida da escola, entendendo-a como uma comunidade educativa e não somente como um espaço onde se dão aulas;

  • Participa ativamente em todo o processo de aprendizagem, assumindo uma postura de mediador crítico em toda a ação educativa;

  • Esforça-se por ser competente nos domínios científico e pedagógico.

COMO TESTEMUNHO DE FÉ

  • Sente a responsabilidade de dar testemunho, porque, sendo um profissional exemplar, esta realidade é valorizada pelo facto de ser um educador que testemunha uma autêntica vivência cristã;

  • É uma pessoa de Esperança, com espírito jovem e, psicologicamente, adulto e maduro;

  • Tem consciência da sua "vocação" e da "missão" recebida, dado tornar-se presença evangelizadora da Igreja na Escola, através do mandato do seu Bispo.

DINAMISMO DA CONVERSÃO

  • É um cristão, firme na Fé e fonte de espiritualidade;

  • É um cristão que salvaguarda, junto dos alunos, a vivência da Fé, e, junto de todos os outros membros do processo educativo, a dimensão espiritual da vida;

  • É um cristão que compreende as mutações tecnológicas, económicas e sociais e que perscruta os sinais dos tempos nelas contidos;

  • É um cristão que preserva e desenvolve o sentimento e os fatores de identidade religiosa e cultural do Povo;

  • É um cristão que reforça os valores morais e na atuação concreta;

  • É um cristão que colabora com as estruturas existentes que se dedicam à implementação da justiça, da Paz e da Solidariedade para com os desprotegidos e marginalizados.                                                                                                                                                                                                            (in "Educris")     

Metas curriculares de EMRC

Disponibilizamos as Metas Curriculares de EMRC do 1º ao 9º ano do ensino básico segundo o Despacho 5306/2012 de 18 de abril, enviadas à Direção Geral de Educação, para homologação.

Manuais de EMRC

A disciplina de EMRC possui os seus manuais elaborados e aprovados pela entidade competente para o efeito. A orientação do ensino da Educação Moral e Religiosa Católica é da exclusiva responsabilidade da Igreja Católica, conforme art. 19.º da Concordata entre a Santa Sé e a República Portuguesa, de 18 de Maio de 2004, competindo-lhe a elaboração e sequente edição e divulgação dos manuais de ensino da disciplina, bem como de outros instrumentos auxiliares de trabalho, destinados a alunos ou profes­sores (cfr. alínea c ).

Os manuais da disciplina de EMRC estão, assim como os respectivos programas, elaborados por anos. Para cada ano de escolaridade existe o manual respectivo.

 

          1.º CICLO

 

1.º Ano

 Título: O Girassol

ISBN: 978.972.8690.91.5

 

2.º Ano

 Título: O Tesouro

ISBN: 978.972.8690.97.7

 

3.º Ano

 Título: O Amor

ISBN: 978.972.8690.96.0

 

4.º Ano

 Título: A Luz da vida

 9ISBN: 78.972.8690.92.2

         

 

 

 

          2.º CICLO

5.º Ano

 Título: Conta Comigo!

ISBN: 978.972.8690.86.1

6.º Ano

 Título: Estou Contigo!

ISBN: 978.972.8690.90.8

         

       

         3.º CICLO

7.º Ano

 Título: Quero Saber!

ISBN: 978.972.8690.88.5

8.º Ano

 Título: Quero Descobrir!

ISBN: 978.972.8690.89.2

9.º Ano

 Título: Quero Ser!

ISBN: 978.972.8690.90.8

         

 

          ENSINO SECUNDÁRIO

O ensino secundário apresenta 10 Unidades Letivas no total para serem trabalhadas durante todo o secundário.

Unidade Letiva 1

 Título: Política, Ética e Religião

ISBN: 978.972.8690.93.9

 

Unidade Letiva 2

 Título: Valores e Ética Cristã

ISBN: 978.972.8690.94.6

Unidade Letiva 3

 Título: Ética e Economia

ISBN: 978.972.8690.95.3

Unidade Letiva 4

 Título: A Civilização do Amor

ISBN: 978.972.8690.98.4 

 

Unidade Letiva 5

 Título: A Religião como Modo de Habitar e Transformar o Mundo

ISBN: 978.987.286.909.91

 

Unidade Letiva 6

 Título: Um sentido para a Vida

ISBN: 978.989.882.200.0

 

Unidade Letiva 7

 Título: Ciência e Religião

ISBN: 978.989.882.201.7

Unidade Letiva 8

 Título: A Comunidade dos Crentes em Cristo

ISBN: 978.989.882.202.4

 

Unidade Letiva 9

 Título: A Arte Cristã

 ISBN: 978.989.882.203.1

 

Unidade Letiva 10

 Título: Amor e Sexualidade

ISBN: 978.989.882.204.8

 

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